segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Descoberta espécie vegetal rara em fragmento de Mata Atlântica

Uma árvore rara, considerada em perigo de extinção, foi descoberta pelo engenheiro florestal Marcelo L.  Brotto, servidor que integra a equipe do Herbário do Museu Botânico Municipal (MBM) de Curitiba. É a Ocotea marumbiensis, árvore da família das canelas (Lauraceae), que ganhou este nome em alusão ao Pico do Marumbi, na Serra do Mar paranaense, onde foi encontrada.

Vista do Museu Botânico Municipal (MBM) de Curitiba ao fundo
Foto: Rogely Neves

"Eu desenvolvia um mestrado em Botânica na Universidade Federal do Paraná, quando coletei uma amostra com flores que não consegui enquadrar em nenhuma das espécies já conhecidas", conta Brotto.
A espécie, descoberta e catalogada por Brotto em 2012, apresenta como características: altura aproximada de 10 metros de altura, suas flores são esverdeadas e seus frutos, quando maduros, são pretos e lustrosos. A florada normalmente ocorre em janeiro a outubro e os frutos podem ser observados entre maio e novembro.
Partes de Ocotea marumbiensis utilizadas para identificação da espécie
Ainda segundo Brotto, a espécie é endêmica e por isso o status da espécie quanto à extinção. "A árvore tem distribuição restrita, encontrada apenas no Paraná e Santa Catarina", informa o pesquisador.
Um dos trabalhos desenvolvidos no Museu é a pesquisa de novas espécies e as pesquisas acontecem em todo o território nacional. "Pesquisamos em todo o Brasil", diz. "Quanto maior for o número de espécies catalogadas numa região, mais importante e rica é a sua biodiversidade", justifica. Desde 1965, a equipe do Museu coletou 530 novas espécies que estão à disposição no acervo para a consulta por pesquisadores. "A grande maioria foi coletada pelo dr. Gerdt Hatschbach, fundador do herbário em 1965", afirma Brotto.

Ocotea marumbiensis

Exsicata contendo partes reprodutivas da espécie
Foto: Valdecir Galor

Plantas primitivas, congeladas há 400 anos, são replantadas e brotam

Germinação na natureza

Plantas voltam a crescer na natureza; acima, à direita, vista aérea da Geleira Teardrop, em julho de 2009.


As setas brancas indicam até onde ia a neve durante a Pequena Idade do Gelo, e os X vermelhos sinalizam
a área onde as amostras de briófitas foram coletadas (Foto: Image courtesy of Catherine La Farge/PNAS)

Descobertas briófitas primivitas que datam da Pequena Idade do Gelo no ártico canadense. Pesquisadores levaram espécimes de musgos e fizeram o replantio em laboratório, obtendo sucesso no rebrotamento tanto em laboratório, quanto na natureza.

Germinação em laboratório

Fotos: Catherine La Farge

Os dados do estudo sugerem que essa linhagem de plantas pertencem às primeiras a se desenvolverem na Terra e, por sua alta resistência demonstrada nesse estudo, foram responsáveis pela colonização e manutenção dos ecossistemas polares. Segundo as pesquisadoras, Catherine La Farge e colegas da Universidade de Alberta no Canadá, mesmo os espécimes descobertos um ano antes da germinação mostraram claros sinais de preservação no gelo, com a emissão de novos caules e ramos laterais verdes.
Para a datação dos espécimes coletados, as pesquisadoras utilizaram a técnica do Carbono-14; o período definido da ocorrência da Pequena Idade do Gelo foi entre 1550 d.C e 1850 d.C

Geleira de Teardrop, na ilha de Ellesmere à esquerda
Detalhe do solo onde foram coletados os espécimes à direita


Lagarto-pinóquio, considerado extinto, é visualizado no Equador

O raro lagarto-pinóquio (Anolis proboscis), descoberto em 1953 e considerado extinto há pelo menos 50 anos pelos biólogos, foi fotografado por integrantes de uma companhia ecoturística no Equador. Conhecido como anole-de-chifre-equatoriano, essa estranha criatura recebeu esse nome devido a uma protuberância como a de um rinoceronte, que cresce em seu focinho. Por ter uma aparência semelhante ao famoso boneco com nariz grande, o animal foi chamado de pinóquio.

Fotografia: Alejandro Arteaga
Não havia registros de sua visualização até 2005, quando os fotógrafos e pesquisadores observaram o animal. Em 15 anos, foram registradas apenas 3 visualizações deste réptil. "Queríamos encontrá-lo porque é uma criatura fantástica e misteriosa que permaneceu desconhecida de quase todos os seres humanos ao longo de décadas. Além disso, precisávamos de fotos da espécie para um livro sobre os Répteis e Anfíbios da região de Mindo, no Equador. Era o único lagarto que estava faltando", disse Alejandro Arteaga.
Segundo Jonathan Losos, herpetologista de Harvard, a visualização do espécime é difícil devido à camuflagem que o animal apresenta, o que tornava sua existência mitológica. Mas como sua coloração à noite muda para um esbranquiçado pálido, muitos pesquisadores tem procurado o animal no período noturno.

Fotografia: Alejandro Arteaga

Ainda segundo Losos, a probóscide é usada em disputas territoriais ou por acasalamento. Ele acredita que deve ser usada pressão hidrostática para alterar a forma da probóscide, tal como em outros animais que possuem apêndices alongados.

Fêmea de bugio é predada por cobra

O ataque de uma jibóia (Boa constrictor) impressionou pesquisadores. O evento ocorreu quando uma mestranda em Zoologia observava um grupo de bugios, em Rolim de Moura, estado de Rondônia. A serpente juvenil, com 2 metros de comprimento, atacou a fêmea adulta de bugio (Alouatta puruensis) em uma árvore a 7,5 metros de altura.

Episódio registrado por mestranda em Zoologia

Segundo os pesquisadores, esse é o primeiro registro do ataque de serpentes a primatas de grande porte no continente americano. Em seu artigo, que foi publicado em agosto deste ano, os pesquisadores citam que os demais indivíduos do grupo de bugios que presenciaram o ataque não mostravam sinais de estresse, apenas uma vocalização de alerta, o que indica que esse tipo de comportamento predatório a esses animais é mais comum do que se pensava.
Agora os pesquisadores irão continuar seus estudos com outras espécies de bugios da Amazônia que são pouco estudadas ainda, como o bugio-preto (Alouatta caraya) e ruivo (Alouatta guariba clamitans).